Olho para um artigo meu publicado no Observatório do Algarve em 01 de Junho de 2006 e vejo que passados quase dois anos, a ecovia evoluiu um pouco. Todavia, se por um lado há já troços abertos ao público, alguns, outros, há que se encontram degradados mesmo antes de serem inaugurados. Todavia, não retiraria uma vírgula ao que escrevi, salvo em relação ao concelho e à cidade de Albufeira, onde vem sendo feito um esforço de implantação de ciclovias. E pergunto-me, quanto teria custado olhar-se para esta realidade de forma mais séria? Quanto teria custado a cada Câmara promover o alargamento de alguns passeios e o ordenamento urbano de cada cidade e vila a partir de determinada altura (já não falo do reordenamento ou de requalificação) nas zonas novas? Quanto se teria poupado, agora e no futuro? Apenas quanto?...
Há dias passava pelo troço da ecovia entre a Quinta do Lago e a Fonte Santa, em Quarteira. A ecovia ali resume-se a um conjunto de ícones de bicicletas pintados perto da berma de uma estrada em péssimas condições. Faz aflição olhar para o que se vem fazendo de um projecto que podia ser sério, se as pessoas que o tomaram em mãos o tivessem minimamente sido. Nesse troço, faz impressão ver como se pintam as tais biclas no chão como que a indicar a ecovia é aqui e se deixa um passeio com dimensão mais do que suficiente em total abandono onde podia ser construída uma via ciclável, confortável e segura por uma quantia pouco mais que módica. Faz vergonha sentir que quem teve coragem de dirigir uma "obra" destas não se tenha lembrado do assunto e consiga lá passar sem sentir vergonha do que fez ou, pior ainda, que um dia tenha coragem de assumir que dirigiu semelhante obra ou que esteve ligado a ela. Pior, que tenha a obscena indignidade de a ir inaugurar.
Sem dúvida, tem de ser dito, há troços exemplares (o atravessamento de Albufeira, uma parte do percurso em Vilamoura, certos troços perto de Tavira, junto à Ria Formosa, por exemplo) e esses serão de enaltecer. Mas custa ver como nuns concelhos houve tanto cuidado e noutros uma total falta deste, para não dizer pior.
Todavia, algum esforço tem sido feito e esse é digno de realçar, assim se consiga prolongar ao interior das cidades e vilas atravessadas, ligando-as à via férrea, ou articulando a bicicleta com o autocarro. Para já, recomenda-se uma visita à página da ecovia, recentemente actualizada e com muito melhor aspecto e mais informação.
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PS: Já depois de escrito o artigo acima, reparo que a suposta parte nova de ciclovia em Vilamoura marginal à Av. Vilamoura XXI, afinal, será em calçada e empedrado. É aflitivo assistir a tanta asneira, sobretudo quando já se provou que se conseguem fazer intervenções certas. A intervenção certa aqui seria a utilização de cimento ou camada betuminosa de cor.
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