23 de janeiro de 2008

Armazenamento de carbono florestal a Sul

O solo contém mais de 50 por cento do carbono total do ecossistema e quanto mais denso for o coberto arbustivo mais elevado é o teor de carbono. Esta é uma das conclusões do projecto «Agro543 – O sequestro do carbono e gestão florestal sustentável no sul de Portugal», apresentado hoje na Fundação Luso-Americana. «O potencial de sequestro de carbono estende-se ao sul, litoral, e entre a zona de Coruche e Ferreira do Alentejo», especifica Alexandra Correia, do Instituto Superior de Agronomia (ISA), parceira do projecto promovido pela Associação de Produtores Florestais (AFLOPS).

O objectivo desta iniciativa é obter a quantificação do reservatório e da capacidade de sequestro de CO2 em ecossistemas florestais de pinheiro bravo e pinheiro manso, já que «até agora não havia nenhuma informação publicada sobre biomassa e sequestro de carbono nestes ecossistemas», actualizou Pedro Ochôa de Carvalho, do ISA, na abertura do evento.

Com a colaboração dos proprietários florestais foram analisadas 25 parcelas permanentes, das quais 19 de pinheiro manso e 6 de pinheiro bravo, em cinco herdades, nas localidades de Coruche, Pegões, Águas de Moura, Alcácer do Sal e Santa Margarida do Sado. A análise permitiu concluir que os ramos concentram a percentagem maior de biomassa (45 por cento), seguidos do lenho (41 por cento) e raízes (16 por cento). As estimativas de biomassa sustentam-se nos dados do Inventário Florestal Nacional, cuja revisão será brevemente publicada, adianta Alexandra Correia do ISA. Já a medição do teor de carbono implicou a elaboração de equações alométricas, com base em metodologias aceites pelo Intergovernmental Panel On Climate Change e pela Good Practice Guidance for Land Use, Land Use Change and Forestry.

Pelas experiências realizadas nas cinco herdades em estudo, entre 2005 a 2007, concluiu-se que o teor do carbono é mais elevado na base da árvore do que no topo, e existe em maior quantidade em árvores de grande dimensão. «Mas a partir dos 30 anos de vida é a componente da copa que passa a conter mais teor de carbono, mais até que o lenho ou o tronco, isto porque é nessa altura que as copas começam a abrir», elucida Alexandra Correia.

Fonte: Portal Ambiente Online

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