8 de fevereiro de 2008

Groupama 3, a partida do albatroz e a entrada caótica no Índico

Nos últimos dois dias o Groupama 3 perdeu imenso do avanço que detinha face ao Orange 2. Neste momento a distância reduziu-se para pouco mais de 200 milhas e tenderá ainda a diminuir nas próximas 24 horas, dado que a embarcação navegará à bolina durante umas horas, até estancar, mercê da melhoria das condições de navegação. As dificuldades foram motivadas por um anticiclone que se alojou à entrada do Índico, a sudeste do Cabo da Boa Esperança e por uma depressão girando demasiado a norte em torno da Antártida. O encontro de ambas provocou forte ondulação do mar, fazendo com que este ficasse bastante desencontrado, dificultando enormemente a progressão. No caso de um trimarã isto é tanto mais complicado quanto três cascos significam multiplicar o problema por três, com pressão e pancadas enormes em toda a estrutura de braços, mastro e velame.
Aqui podemos verificar a evolução dos centros de altas e baixas pressões ao largo da costa oeste africana, sobrepondo-se a rota do Groupama a verde.
Dois dias antes do Cabo da Boa Esperança o Groupama passou ao largo da Ilha de Santa Helena, colónia britânica e local de exílio de Napoleão Bonaparte, mas provavelmente os marinheiros não tiveram tempo de se lembrar do facto dado que tiveram de manobrar bastante, com mudanças de bordo consecutivas.
A boa notícia é que as esperanças de se atingir o recorde continuam intactas e a tripulação conseguiu acariciar o dorso de um segundo albatroz, antes de este se despedir (na imagem: Franck Proffit, chefe de quarto e leme a bordo do Groupama 3).

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