Por vezes está lá, dentro de nós, um bichinho, uma ideia, algo adormecido que nos percorre subterraneamente as entranhas. Um calafrio por vezes, um sonho noutras, uma insatisfação mais acentuada, noites em claro frequentemente. Esboços, desenhos, planos e ideias fluídas. Às vezes sentimo-nos sós nessas vigílias e tornamo-nos chatos, obcecados, perante o mundo e os que nos rodeiam... e contudo o mundo parece que nos empurra com toda a energia. E nese momento atingimos a paz. É assim com pessoas, com projectos, quando encontramos uma causa. Às vezes temos muita sorte, encontramos as pessoas que connosco se identificam, nos motivam e nos fazem querer mudar o mundo, com quem partilhamos sonhos, se quisermos - como no conto de Sophia - a menina do mar que nos leva aos nossos limites e nos faz querer procurar o cume da montanha, no mar ou em terra, o ponto mais remoto da nossa própria existência. Quando acontece, consideramo-nos uns sortudos. É um processo que deixa marcas indeléveis que não nos deixam voltar a ser o que éramos. Por vezes é um processo rápido, noutras lento, mas quando lá chegamos é irreversível e a necessidade de procurar o nosso melhor eu torna-se premente, sobretudo quando temos a certeza de o encontrar, ainda que lá cheguemos sozinhos. Quando acontece, ficamos gratos ao que o destino nos tirou e deu nesse processo, porque não é um processo isento de perda.
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Passamos a amar, mais ainda, o mundo com tudo o que isso implica de compromisso e responsabilidade para com este planeta único que é o nosso; porque só há mundo num planeta, que por ora (e suspeitamos que por muito tempo) é só um, queremos contribuir para que seja melhor e para que o nosso legado para as gerações futuras seja preservado como um tesouro; para que os nossos filhos e não apenas uma geração distante, possam ter uma vida, preferencialmente melhor que as previsões actuais; porque é disso que se fala agora, no espaço de somente duas gerações que com toda a probabilidade conheceremos, porque são nossos filhos e netos. Teremos ocasião de regressar ao assunto, mas por ora, a frase a reter é que não queremos que a nossa vida seja mais fácil, queremos apenas que seja melhor(1).
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Este blog é uma declaração de princípio, um compromisso, uma celebração da liberdade da nossa e das duas gerações seguintes, face à ameaça do aquecimento global. Bem vindo(a) ao Planeta Terra, um lugar onde se pede que utilize todo o seu Q.I para a ajudar a salvar. Está em sua casa.
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