17 de setembro de 2009

Autárquicas 2009 - a (i)mobilidade

Há dias, em conversa com um putativo candidato à presidência de uma câmara municipal algarvia, fiquei assombrado com os dislates que ouvi acerca de mobilidade. Fui entretanto tentando perceber a sensibilidade dos demais candidatos e autarcas em fim de mandato, e percebi que muitas das ideias (ou falta delas) são, infelizmente comuns. Seja quanto a políticas de transporte, ligações entre transportes ou intermodalidade, P+R, políticas cicláveis e por aí adiante.
Muito se queixavam da falta de dinheiro para deixar obra, sendo que na maior parte dos casos nem se sabia muito bem que obra (para além de estradas, rotundas, e uns metros de passeios sem nexo) se pretendia deixar. Evidentemente, saneamento básico, escolas, infra-etruturas sanitárias e de saúde, quartéis de bombeiros e de forças de segurança são questões essenciais e nem se discutem. Mas falamos de mobilidade e ao nível da mobilidade o problema coloca-se de forma séria. Assaz séria, se diria mesmo, uma vez que não existe uma proposta formulada para articulação de meios de transporte, um estudo, uma ideia que não se baseie unicamente no transporte motorizado individual.
Supõe-se que seja uma questão difícil, mas a verdade é que disso depende a qualidade de vida de uma elevada franja da população e a própria sustentabilidade (ambiental, económica e social) de uma cidade. E se nem num período tão favorável ao debate de ideias quanto seja o das eleições a questão se coloca, está claro qual será o desfecho para os próximos quatro anos: mais arraiais, festas populares, medievais (com as mesmas barracas das demais), feiras e mercadinhos.

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