31 de janeiro de 2010

Copenhagen Wheel


Apesar do falhanço da cimeira de Copenhaga, nem tudo correu mal em Dezembro naquela cidade. Assim, embora salvaguardadas as proporções do evento, aquando da Cimeria foi feita a apresentação mundial da Copenhagen Wheel. O projecto pretende permitir transformar qualquer bicicleta convencional (como a Planeta 01) numa E-bike híbrida. Aparentemente, acumula a energia dissipada ao pedalar e a travar, podendo ainda monitorizar as condições de tráfego e as fontes de poluição em tempo real, afixando a informação no ecrã de um telefone portátil com o qual interage através de uma conexão Bluetooth. Se chegará alguma vez à fase de produção (prevista para arrancar em 2010), é um excelente invento. Ainda não há preço.


O engenho está ao nível do que era a Revopower, que foi objecto de uma breve referência aqui no Planeta Q.I., mas que infelizmente nunca passou da fase de pré-produção. Por outro lado, pode ser um competidor sério do espectacular (mas caro) SinDrive da BionX. Aguardemos com esperança que seja comercializado, mas para já existe um forte apoio de entidades públicas ao projecto.

Planeta 01











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Estava prometido, aqui está a PLANETA 01, uma custom made, feita a partir do quadro de uma Yé-Yé com mais de 40 anos, tendo sido utilizados o guiador, alavancas de travões e o selim (da Tabor) convencionais. Em seguida adoptaram-se uns aros Parallex nos quais se montaram um gerador Shimano (frente) e um sistema de mudanças Shimano Nexus 8 com travões de tambor incluídos. O motivo? Os aros originais, como se sabe, eram de medida superior e não queríamos adoptá-los para "limpar" a linha da bicicleta dos travões de ferradura de série. Como inconveniente, os cranks (medida 175 mm) e os pedais (Union) ficam demasiado próximos do solo, pelo que é preciso alguma precaução a curvar, mas felizmente os Vredestein com banda reflectora aguentam-se muito bem.

O próximo passo é embutir a cablagem no interior do quadro e inserir lâmpadas de LED na caixa de direcção e na zona do espigão do selim. Por enquanto, a concessão ao design reside no guarda-corrente estilizado, constituído por uma fina vara de alumínio escovado, fixa por abraçadeiras convencionais, que em breve serão substituídas por peças específicas de latão made in Planeta-QI.

E porque não se optou por uma single speed? Pelo simples motivo que nas deslocações diárias muitas vezes existem subidas a enfrentar. Mas com o chegar da forma, pode ser esse o caminho a seguir e nesse caso o Nexus passa para um novo projecto, já em curso.

18 de janeiro de 2010

Dia da Terra - Powering the Green Generation


O Planeta QI está, por estes dias, pouco e-produtivo. Na verdade, prepara-se activamente o quadragésimo aniversário do Dia da Terra em conjunto com uma escola da cidade de Faro, na qual constam as seguintes iniciativas:

1. Assinalar a importância da reciclagem;

2. A prática de um "acto verde" por dia como forma de reduzir a pegada ecológica individual de cada um;

3. A ida a pé, de bicicleta, ou usando um transporte público para a escola, no quadragésimo Dia da Terra (22 de Abril de 2010);

4. A elaboração de uma petição simbólica à Assembleia da República, subscrita unicamente por crianças, propondo o incentivo de práticas ambientais (literacia ambiental)


Oportunamente voltaremos ao assunto por aqui.

10 de janeiro de 2010

c40.org


History

In October 2005, representatives of 18 leading world cities met in London to discuss joining forces to tackle global warming and climate change.

The representatives saw the need for action and cooperation on reducing greenhouse gas emissions and pledged to work together towards achieving that goal.

At the end of the conference, a communiqué was signed which recognised the need for cities to take action and to cooperate on reducing climate emissions.

The cities also promised a number of action points, including most notably the creation of procurement policies and alliances to accelerate the uptake of climate-friendly technologies and influence the market place.

Partnering with the Clinton Foundation
In August 2006, the initiative was further strengthened when former President Clinton and the former Mayor of London Ken Livingstone announced a partnership between the Clinton Climate Initiative and the Large Cities Climate Leadership Group (since then renamed "C40"). This new partnership pledged to reduce carbon emissions and increase energy efficiency in large cities across the world.


What is the relationship between climate change and cities?
Cities cover less than one per cent of the earth's surface but are disproportionately responsible for causing climate change.

Currently, around 50 per cent of the world’s population live in cities (set to reach 60 per cent by 2030). Yet cities and urban areas consume some 75 per cent of the world's energy and are responsible for up to 75 per cent of greenhouse gas emissions.

So a majority of the world's energy consumption either occurs in cities or as a direct result of the way that cities function (eg through transport of goods to points of consumption in cities).

Cities bear a large responsibility for causing climate change and are therefore key to alleviating climate change. We have to move from a high energy-use, wasteful economic model to one that conserves energy and minimises waste. In other words we have to be more efficient.

How are cities affected by climate change?
The effects of climate change are often more keenly felt in cities, eg the Urban Heat Island effect. Since many of the world's major cities are very close to the sea, rising sea levels are a major threat.

The concentration of resources in cities can be a useful weapon in fighting climate change. Cities are often centres of new thinking and policy innovation – cities are in a great position to lead the way for others to follow. Novel approaches can be developed that if successful can be rolled out to other cities.

7 de janeiro de 2010

Bom Ano Novo!

Apesar de se tratar de um 'jiggle' com algum tempo, vale a pena começar o ano a sorrir com este excerto do "Doc Vidas".

19 de dezembro de 2009

Os delegados estiveram a pé toda a noite. Alguns estão na sua segunda noite sem dormir, o cansaço é evidente.

10.30 CET: Deliberações do Plenário da UNFCCC, reunido no Hall Tycho Brahe do Bella Center, em Copenhaga (9ª sessão):

- Aprovação, por unanimidade, na generalidade, do texto do relatório do Ad-Hoc Working Group em relação ao Long-term Cooperative Action under the Convention, o qual servirá de base de discussão no futuro.
- Está em discussão pelo Plenário a apresentação de propostas relativas à especialidade do texto

O texto não é um tratado, nem será objecto de ratificação, constituindo apenas um acordo político que lança as bases de discussão para o futuro. Cada país poderá no entanto juntar-se-ao compromisso dos que o subscreveram. Claramente, toda a gente já olha para o COP-16, a decorrer no México, em 2010.







01.02 CET: Não há acordo! Os EUA consideram ter havido um acordo significativo, que contudo os especialistas mundiais reputam de insuficiente para concretizar os objectivos de redução da progressão do aquecimento global aos níveis actuais. O documento foi subscrito pelos EUA, China, México, África do Sul e Índia e visa alcançar o compromisso genérico dos Estados em manterem o aquecimento do planeta em valores abaixo dos 2º, bem como no auxílio aos países em desenvolvimento com uma verba de 30 biliões de dólares. O documento é muito genérico, e os países mais pequenos olham-no com desconfiança, não estando garantido que o venham a subscrever. O desafio internacional persiste portanto, pelo que dentro de seis meses as conversações prosseguirão, com o objectivo de se acordarem as bases de um acordo, numa conferência (COP-16) a realizar no Mexico, em Novembro de 2010. A próxima ronda negocial prosseguirá em Bona, em Junho ou Julho de 2010.
01.00 CET: Ainda não há conclusões. Aparentemente, os EUA e a China continuam a debater o que são as posições mais antagónicas no COP-15: a China pretende acordar numa redução de emissões sem controlo de nenhuma entidade terceira, os EUA pretendem que o valor da redução na emissão de CO2, se cifre em 17%, mas com controlo de uma entidade terceira.
01.10h CET: O plenário prossegue dentro de instantes. Aparentemente, os apelos de Ban-Ki moon não caíram em saco roto.

18 de dezembro de 2009

18.00 CET: o Plenário continua reunido, pelo que não há novidades a salientar até ao momento. Embora sem grande expectativa, continuamos atentos ao que se passa na sala de Imprensa. Possivelmente, dentro de alguns minutos o Primeiro-Ministro dinamarquês Lars Lokke Rasmussen e o Secretário-Geral da ONU Ban Ki-moon virão à sala anunciar os resultados do COP-15.
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Há pouco menos de uma hora, o Secretário-Geral da ONU pediu que os trabalhos fossem prolongados durante mais um dia, a fim de permitir a aprovaçao de algumas medidas de imediato.
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Ao longo dos trabalhos do COP-15, foi novidade o debate organizado pela CNN e pelo You Tube, com as participação de vários internautas e um painel de espcialistas climáticos.


de encerramento do COP-15
começa às 18.00 H CET

16 de dezembro de 2009

Bikedispenser


Decididamente, na Holanda, a bicicleta adquiriu uma dimensão omnipresente nas mais diversas ocasiões do quotidiano das pessoas. Não admira por isso que agora surja, comercializada pela Bikedispenser, um dispensador automático de bicicletas. Isso mesmo, como em qualquer máquina de vending, a bicicleta banaliza-se. Não se trata, evidentemente, de bicicletas descartáveis, mas tão somente de um sistema de alugueres automatizado, em que as bicicletas estão dentro de um contentor que tem incorporado o sistema de pagamento, as bicicletas, o sistema de entrega e recolha. É tudo aparentemente muito simples, ao ponto de cinco minutos depois de instalado, o sistema está pronto a funcionar.
A vantagem do sistema é a simplicidade que tem associada, não carecendo de investimento em infraestruturas normalmente associadas à implantação de uma rede de bicicletas de uso partilhado.

Dia D menos três


A três dias do final da COP-15, em Copenhaga, e depois de uma noite passada quase em claro pelos delegados, permanecem por ultrapassar os seguintes pomos de discórdia entre os países desenvolvidos e os países em desenvolvimento:

Metas globais de longo prazo: Não há acordo sobre o limite de aumento da temperatura média da Terra no futuro (1,5ºC ou 2,0ºC), nem sobre a redução de emissões globais (50% a 95%), nem sobre necessidades de financiamento. Admitindo-se a hipótese dos 2,0% de aumento até 2050, nessa data o Tuvalu já terá provavelmente deixado de existir.

Metas para os países desenvolvidos: Está em aberto até onde irá a contribuição dos países desenvolvidos, em termos de metas legalmente vinculativas de redução de emissões (25% a 45%). A União Europeia foi a mais ambiciosa até ao momento, propondo metas de 40% ainda antes do início da cimeira. EUA e China permanecem reticentes.

Acções para os países em desenvolvimento: O nível de compromisso das acções nacionais para controlar o aumento das emissões nos países em desenvolvimento não está acordado. A forma de monitorização e verificação desses esforços é outro ponto polémico.

Financiamento: As fontes e a escala das contribuições para um fundo de financiamento aos países pobres estão por definir. Poderão ser só os países desenvolvidos ou todos os países, excepto os “menos desenvolvidos”. Este ponto arrasta-se em discussão há já vários encontros, sem que se tenha obtido um consenso.

Protocolo de Quioto: Está em aberto se o Protocolo se mantém ou não e quais seriam as novas metas de redução dos países em desenvolvimento. Os EUA, que não ratificaram Quioto, vêm com maus olhos mantê-lo em vigor.

Florestas: A forma como as alterações no uso do solo e das florestas entram na contabilidade das emissões de cada país é outro ponto central de discussão. A soberania de cada Estado sobre o seu território parece ser o principal factor de discórdia.

Aviões e navios: Não está ainda fechada a discussão sobre como controlar as emissões da aviação e dos transportes marítimos.
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Os trabalhos da Conferência podem ser seguidos aqui, em live webcast.
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Ocorre, pois, questionar o que se segue a sexta-feira, caso não seja obtido o acordo desejado entre todos os países presentes? Isto é particularmente importante, dado que o mote para esta cimeira era failure is not an option. Com o espectro do falhar das negociações cada vez mais presente, torna-se imperioso agendar já a próxima ronda negocial, não sob a forma de uma nova cimeira, mas de continuação desta, interrompendo-a para que as delegações dos diversos países possam regressar devidamente mandatadas pelos seus governos para subscrever um novo acordo vinculativo. Evidentemente, em alguns desses países terão então mudado os governantes, mas é imperioso que os novos governos entretanto eleitos saibam claramente com o que contam, e o que está em cima da mesa. Desta cimeira tem de resultar que a soberania ambiental exclusiva de cada Estado deixou de existir.